- PROBLEMATIZAÇÃO
03 dezembro 2009
Maquiavel além do Príncipe: o povo como ator político
16 outubro 2009
Cirque du Soleil baiano
07 outubro 2009
Objetividade das ciencias humanas

22 setembro 2009
Onde está a democracia? (resenha)

A editora UFMG reimprimiu recentemente o livro-cartilha sobre a democracia no Brasil intitulado “Onde está a democracia?”. É uma obra de fácil acesso, cujos autores (José Eisenberg e Thamy Pogrebinschi) merecem um elogio pela simplicidade e didática.
O texto trata não só da explicação de termos como Democracia, República Federativa, Constituição,Três Poderes, mas também faz questão de mostrar como essas instâncias são praticadas no Brasil: as várias constituições, o processo legislativo, as interferências entre os poderes, os partidos e suas tendências, para citar alguns exemplos.
Seria, no entanto, injusto, deixar de mencionar as ilustrações de Adão Iturrusgarai e Laerte. Os desenhistas foram brilhantes e, sem perder o bom humor, traduziram em figuras e charges o espírito do texto. Pode-se afirmar que raras vezes ilustrações casaram-se tão bem com o conteúdo de um livro.
“Onde está a democracia?” figura, dessa forma, nessas exceções em que a escrita simples, charges e ilustrações não significam pobreza de conteúdo e não implicam simplificações redutoras. Pelo contrário, o livro informa, critica, incentiva e, o mais importante, provoca. Parabéns à editora UFMG pela reimpressão, essa obra não pode deixar de ser lida.
Para compras online no website da editora, siga o link: http://www.editoraufmg.com.br/carrinho.asp?codigo_produto=1218
Tiago Luís T. Oliveira – professor de Filosofia.
ANEXO:

19 agosto 2009
Dicionário de Filosofia online

17 agosto 2009
Censura no Brasil
Aqui em Minas Gerais, temos órgãos de comunicação que nunca se permitem criticar o governador do Estado. Há um grande projeto que visa favorecer a eleição de Aécio para presidente e, nossa mídia, se é que podemos chamar "nossa", segue nessa campanha permanente.
11 agosto 2009
Feliz dia dos estudantes

09 julho 2009
Sobre a felicidade e o sentido da vida

01 julho 2009
Ensino de Filosofia

Talvez por essa razão, há muita discrepância na maneira como os professores tratam o ensino de filosofia. Há, igualmente, uma imensa quantidade de livros didáticos cujos objetivos pedagógicos são muito díspares. Uns visam o ensino da História da Filosofia, outros preferem o tratamento por Temas Filosóficos. Alguns textos voltados para adolescentes beiram a auto-ajuda e poucos realmente pensam no livro como material didático para uma determinada etapa da formação do adolescente.
27 abril 2009
Ciência determinista e liberdade moral

Uma das grandes indagações filósóficas é o debate entre indeterminismo e determinismo, ou seja, se há possibilidade da liberdade ou todos os eventos do mundo estão determinados.
Vale a pena, nesse sentido, conhecer a obra do filósofo da ciência Karl Popper, intitulada "O universo aberto". Nela (que na verdade é o volume II do posfácio à sua famosa "Lógica da descoberta científica") o autor discute o principal argumento a favor do determinismo: o determinismo científico. De modo muito interessante Popper defende a ideia de que, ao contrário do que imaginamos, a ciência não é determinista. O filósofo mostra, assim, a fragilidade do determinismo científico e, portanto, que o principal argumento determinista é falho.
04 fevereiro 2009
Economia e ética: uma reflexão para tempos em crise

Ao mesmo tempo, já se sabe de antemão ser impossível saciar um desejo ilimitado, sendo necessário criar prioridades e definir quais áreas podem ou não ser sacrificadas para a satisfação de um maior número de pessoas. Mais uma vez cria-se um impasse: qual o critério? Nesse ponto é importante definir quais os valores que nortearão as opções econômicas. Se o critério será ético ou se será econômico.
Em outras palavras, isso significa que se pode, por exemplo, sacrificar a eficiência e o lucro máximo em prol de um maior número de trabalhadores. Ou, numa opção utilitarista, alcançar o lucro máximo em detrimento dos trabalhadores.
A necessidade da reflexão ética na economia é justamente aliar os valores imprescindíveis, que muitas vezes são atropelados pela lógica do mercado, às necessidades da produção e do consumo, ajudando a definir o que pode ou não pode ser sacrificado nesse sistema. Valores como justiça social e direitos humanos não podem ser deixados de lado.
Cabe, no entanto, indagações a respeito dos valores que regem a economia e seus rumos. Sabe-se que vivemos em um mundo de muitas transformações, de globalização, com suas consequências de otimização do processo produtivo, com novas tecnologias que substituem o trabalho humano e com o aumento progressivo de uma massa de desempregados. As empresas grandes engolem as pequenas e, em nome da sobrevivência, a concorrência precisa diminuir os custos, cortar empregos, automatizar e colocar um produto similar no mercado.
Por isso a existência legítima de um Fórum Social Mundial se justifica. É um espaço de diálogo sobre alternativas ao modelo capitalista atual. Muitos líderes latino-americanos e mundiais trocaram Davos por Belém por entender que o sistema econômico atual não se sustenta sem o prejuízo de muitos seres humanos e do planeta em seu todo. Uma crise global demanda soluções também globais e é isso que o FSM almeja. Uma vez que as decisões dos governantes, dos banqueiros e dos grandes empresários transformaram o capitalismo nesse sistema que privilegia a especulação financeira e as grandes corporações, novas decisões podem mudar os rumos do mundo. Em outras palavras: esse sistema foi criado e conduzido para o estágio atual conforme a decisão de seres humanos, não estamos fadados a perecer por sua causa. Dessa forma o lema do FSM ainda é plausível: um outro mundo é possível!
25 janeiro 2009
Política e violência: um retrato do século XX e XXI
O século XX foi marcado pela violência, muitas das vezes praticada como ato político, seja para a manutenção de um governo, seja para derrubar o Estado vigente.
Assim foi desde o início do século, que viu a ação dos anarquistas (1911) e a violência da Revolução Russa (1917), quando, liderados por Lênin, os bolcheviques chegaram ao poder e o líder não hesitou em vingar os atentados que sofreu. Depois Stalin assassinou Trotsky e causou enorme terror.
A Alemanha nazista presenciou o regime de Hitler, com sua ideologia da raça ariana e a dizimação de seis milhões de judeus. Na China a revolução foi bem sucedida pela guerrilha planejada por Mao Tse Tung. A guerrilha também levou Cuba à ditadura socialista de Fidel Castro (1959) e foi forte arma contra os soldados norte-americanos no Vietnã. No Peru formou-se o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso e a violência partia também da repressão militar.
Aliás, as ditaduras militares da América Latina feriram em todos os níveis os direitos humanos. Na Argentina, a ditadura pós-peronista causou 25 mil assassinatos. Em El Salvador, os americanos forneceram armas, treino e patrocínio contra guerrilheiros marxistas. Aí a violência vinha dos dois lados e quem sofria era o povo inocente. Houve, em El Salvador, morte de membros da Igreja (incluindo o bispo Dom Oscar Romero) e 11 anos de violência. No Haiti foram gerados esquadrões da morte nas favelas.
Em 1954 o levante pela libertação da Argélia causou violência pelos revolucionários e pela repressão a estes. Cometeram-se vários atos terroristas e, até a independência em 1962, contabilizaram-se um milhão de mortes nos conflitos.
Lutas separatistas trouxeram violência e morte à Índia e ao Paquistão. É dramática também a história da Irlanda por causa do terrorismo do IRA e da repressão contra os separatistas. Como a Grã-Bretanha só reconheceu a independência de uma parte da Irlanda, os conflitos de interesse entre católicos e protestantes fizeram ressurgir o IRA. Da mesma forma o grupo ETA reinvindicava a criação do país Basco, no território ao norte da Espanha.
O fervor religioso foi causa de violência, radicalizando o conflito entre Judeus e Palestinos. Depois do holocausto, judeus reinvindicaram um território na Palestina e, num levante contra o domínio britânico foi criado o Estado de Israel, em 1948. Com isso os palestinos se refugiaram em países vizinhos. É criado o Fatah (retorno dos palestinos) por Arafat. O território considerado sagrado para as três grandes religiões monoteístas viu vários atos terroristas, seja dos grupos palestinos, seja do Estado de Israel. Houve o levante dos civis palestinos (intifada) e a repressão israelense. Mesmo com tentativas de paz, a violência é agravada pelo fundamentalismo religioso.
Percebe-se, em todos esses exemplos da história recente, que a violência é um poderoso recurso político. O Estado muitas vezes usou a força para manter o poder, reprimindo toda manifestação e tentativa revolucionária. Os grupos de contestação, separatistas, também abusaram da violência como arma política, seja para chamar atenção, seja para forçar uma mudança no poder, seja para conseguir recursos. Uma das mais dramáticas armas é o terrorismo, usado não só pelos revolucionários e pelos estados ditatoriais, mas também por Estados ditos democráticos, sob o pretexto de guerra preventiva. Foi o que se observou nas investidas americanas contra o Afeganistão e Iraque e o que se observa recentemente na política belicosa do Estado de Israel contra os palestinos.
Por fim, constata-se que, na guerra pelo poder, o uso da violência acaba afetando a vida de pessoas que em nada se beneficiam da mesma. Ao contrário, essas pessoas se vêm no fogo cruzado e são obrigadas a se mudar, buscar um refúgio, quando não têm a própria vida e a de seus entes tirada sem sequer terem parte nesses conflitos. No final, para que os grupos políticos alcancem seus objetivos, os inocentes são os mais sacrificados. Pelo visto, a tendência é que nosso século mantenha o nível de violência do século passado.