23 agosto 2013

Ensino de filosofia sob a perspectiva analítica e continental


1. A origem da distinção entre filosofia continental e analítica


             A filosofia é uma atividade teórica que se iniciou com os gregos há 2600 anos e possibilitou, através da argumentação lógica e da permanente disposição para a busca da verdade, o surgimento de várias das ciências naturais e humanas desenvolvidas no ocidente. Além de sua contribuição para o desenvolvimento científico, a filosofia também estabeleceu bases para a vida moral, para a reflexão política, religiosa e artística.
             Por sua longa história, é facilmente perceptível que tenha havido não apenas uma, mas várias filosofias tipificadas pelos “sobrenomes” recebidos de acordo sua filiação a determinada escola de pensamento: platônica, aristotélica, cética, cristã, árabe, cartesiana, kantiana, nitezscheana etc.

07 agosto 2013

Argumentação: a ferramenta do filosofar (resenha)

A seguinte resenha foi publicada originalmente em:
OLIVEIRA, T.L.T. Argumentação: a ferramenta do filosofar (Resenha). Pense: revista mineira de filosofia e cultura. N. 4. Belo Horizonte,  julho 2013. Pp-27-28

RESENHA:
SAVIAN FILHO, Juvenal. Argumentação: a ferramenta do filosofar. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. 74pp. (Filosofias: o prazer de pensar)

Um dos maiores desafios para o professor de filosofia do Ensino Médio é, sem dúvida, o modo como deve apresentar sua disciplina para alunos que nunca tiveram contato com a dinâmica filosófica.   A maioria dos livros didáticos disponíveis no Brasil opta por dizer que a filosofia é disciplina crítica, transformadora e indispensável, que faz perguntas que outras áreas não fazem. No entanto, ao longo do material didático, o que o aluno (e também o professor) encontra são sucessões de teorias, geralmente colocadas por um critério cronológico. Os livros didáticos, mesmo o melhor deles, sofrem das mesmas carências do ensino de filosofia na educação superior: a falta de problematização das teorias e ausência de um método filosófico que estruture o saber produzido e reproduzido na academia. 
Sem uma boa definição de filosofia e sem uma clara metodologia filosófica, as teorias e textos de filósofos podem simplesmente tornar-se para o aluno um exercício enfadonho e sem sentido. Afinal, o aluno pode com razão se perguntar: “O que estou fazendo quando estudo esse texto?” ou ainda “O que o professor pretende apresentando tantos nomes e teorias?”.