25 janeiro 2009

Política e violência: um retrato do século XX e XXI

O século XX foi marcado pela violência, muitas das vezes praticada como ato político, seja para a manutenção de um governo, seja para derrubar o Estado vigente.

Assim foi desde o início do século, que viu a ação dos anarquistas (1911) e a violência da Revolução Russa (1917), quando, liderados por Lênin, os bolcheviques chegaram ao poder e o líder não hesitou em vingar os atentados que sofreu. Depois Stalin assassinou Trotsky e causou enorme terror.

A Alemanha nazista presenciou o regime de Hitler, com sua ideologia da raça ariana e a dizimação de seis milhões de judeus. Na China a revolução foi bem sucedida pela guerrilha planejada por Mao Tse Tung. A guerrilha também levou Cuba à ditadura socialista de Fidel Castro (1959) e foi forte arma contra os soldados norte-americanos no Vietnã. No Peru formou-se o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso e a violência partia também da repressão militar.

Aliás, as ditaduras militares da América Latina feriram em todos os níveis os direitos humanos. Na Argentina, a ditadura pós-peronista causou 25 mil assassinatos. Em El Salvador, os americanos forneceram armas, treino e patrocínio contra guerrilheiros marxistas. Aí a violência vinha dos dois lados e quem sofria era o povo inocente. Houve, em El Salvador, morte de membros da Igreja (incluindo o bispo Dom Oscar Romero) e 11 anos de violência. No Haiti foram gerados esquadrões da morte nas favelas.

Em 1954 o levante pela libertação da Argélia causou violência pelos revolucionários e pela repressão a estes. Cometeram-se vários atos terroristas e, até a independência em 1962, contabilizaram-se um milhão de mortes nos conflitos.

Lutas separatistas trouxeram violência e morte à Índia e ao Paquistão. É dramática também a história da Irlanda por causa do terrorismo do IRA e da repressão contra os separatistas. Como a Grã-Bretanha só reconheceu a independência de uma parte da Irlanda, os conflitos de interesse entre católicos e protestantes fizeram ressurgir o IRA. Da mesma forma o grupo ETA reinvindicava a criação do país Basco, no território ao norte da Espanha.

O fervor religioso foi causa de violência, radicalizando o conflito entre Judeus e Palestinos. Depois do holocausto, judeus reinvindicaram um território na Palestina e, num levante contra o domínio britânico foi criado o Estado de Israel, em 1948. Com isso os palestinos se refugiaram em países vizinhos. É criado o Fatah (retorno dos palestinos) por Arafat. O território considerado sagrado para as três grandes religiões monoteístas viu vários atos terroristas, seja dos grupos palestinos, seja do Estado de Israel. Houve o levante dos civis palestinos (intifada) e a repressão israelense. Mesmo com tentativas de paz, a violência é agravada pelo fundamentalismo religioso.

Percebe-se, em todos esses exemplos da história recente, que a violência é um poderoso recurso político. O Estado muitas vezes usou a força para manter o poder, reprimindo toda manifestação e tentativa revolucionária. Os grupos de contestação, separatistas, também abusaram da violência como arma política, seja para chamar atenção, seja para forçar uma mudança no poder, seja para conseguir recursos. Uma das mais dramáticas armas é o terrorismo, usado não só pelos revolucionários e pelos estados ditatoriais, mas também por Estados ditos democráticos, sob o pretexto de guerra preventiva. Foi o que se observou nas investidas americanas contra o Afeganistão e Iraque e o que se observa recentemente na política belicosa do Estado de Israel contra os palestinos.

Por fim, constata-se que, na guerra pelo poder, o uso da violência acaba afetando a vida de pessoas que em nada se beneficiam da mesma. Ao contrário, essas pessoas se vêm no fogo cruzado e são obrigadas a se mudar, buscar um refúgio, quando não têm a própria vida e a de seus entes tirada sem sequer terem parte nesses conflitos. No final, para que os grupos políticos alcancem seus objetivos, os inocentes são os mais sacrificados. Pelo visto, a tendência é que nosso século mantenha o nível de violência do século passado.

09 janeiro 2009

As mentiras de Israel


O jornalista Robert Fisk, inglês radicado no Líbano, escreveu para o The Independent sobre as mentiras de Israel na invasão de Gaza. As desculpas dadas pelo governo de Israel são denunciadas pelo jornalista há tempos. Confira a tradução de trechos do artigo no link a seguir: