28 abril 2010

FILOSOFIA CRISTÃ: as razões da fé




Patrística – período da história cristã cuja filosofia se ocupava de lançar as bases racionais do cristianismo (Séc II – VIII). Num primeiro momento, os padres[1] se ocuparam de defender a fé diante das acusações dos pagãos (foram chamados padres apologetas, cujos destaques são: Justino de Roma e Orígenes de Alexandria). O contexto histórico é de perseguição dos cristãos pelo Império Romano. Depois da fase apologética, o movimento patrístico continuou afirmando a fé cristã diante das possibilidades de heresias[2]. Depois do fim das perseguições romanas, convocavam-se concílios sempre que alguma dúvida de fé ameaçava a unidade da Igreja. A patrística foi muito influenciada pela filosofia platônica, neoplatônica e estóica. O principal nome da patrística foi o africano Santo Agostinho (354-430d.C.), já encerrando a idade antiga e iniciando a idade média. Agostinho construiu uma obra de síntese entre a fé cristã e a filosofia platônica. Deus seria identificado com a ideia de Bem, Beleza e Verdade, fonte de todas as coisas. Agostinho destacou-se pela teoria da iluminação[3], pelas refutações ao ceticismo acadêmico e ao maniqueísmo religioso[4], apresentando uma solução original para o problema do mal e do livre arbítrio. Boécio (470-525) é outro nome de destaque.

08 abril 2010

Por que os alunos nao entendem um texto?

Eu estava hoje coletando dados sobre umas provas de filosofia que apliquei para meus alunos. Era uma prova relativamente simples, baseada apenas em um texto e cujas questões, em sua maioria, demandavam unicamente a habilidade de ter compreendido o texto dado. Nada de saber decorado quem foi Sócrates, ou quais as 4 causas aristotélicas. Somente entender o que o autor dizia, seus conceitos e suas razões para fazer as afirmações que fez. A parcela da turma que errou ou não soube dar uma resposta satisfatória a essas questões simples foi de quase 30%.

A conclusão mais superficial que eu poderia tirar desses números remeteria ao velho problema da dificuldade dos alunos brasileiros em manejar textos. Alguns pedagogos chamam essa deficiência de analfabetismo funcional: a pessoa lê, pronuncia as palavras, mas o texto não forma um todo coerente e signicativo. O leitor não consegue saber afinal o que disse o autor, ou melhor,  não compreende o texto, sua intenção, sua contribuição, suas discussões e, muito menos, suas conclusões.

06 abril 2010

Dicas para iniciantes em Filosofia

1) Habitue-se a ler os textos filosóficos como quem dialoga. Fazendo perguntas, concordando ou discordando. Converse mentalmente com o autor, entenda o que ele realmente quer dizer, faça perguntas, veja se o texto as responde. Concorde ou discorde, encontre outros argumentos para colaborar com a visão do autor ou para desmenti-lo.


2) Num texto filosófico, é importante ter clareza dos conceitos trabalhados. Alguns filósofos criam significados diferentes para termos que costumamos usar em outro sentido. Preste bastante atenção ao texto, verifique se os conceitos usados estão definidos no próprio texto. Sempre que um conceito não estiver claro, leia novamente, interrogue o autor através do que ele escreveu. Faça como Sócrates, pergunte: "o que é liberdade?" (se o texto fala desse assunto), "o que é intuição?" (quando um autor usa esse termo). Se preciso, consulte um dicionário de filosofia.