“Vinho novo em odres novos”: juventude e religião
Tiago Luís Teixeira de Oliveira[1]
1. Religião como fato humano
A maioria dos antropólogos,
arqueólogos e historiadores atesta a importância da religião para a
constituição de nossa identidade como seres humanos. Mesmo biólogos darwinistas
procuram explicar a presença constante da fé em nossa história evolutiva[2].
As crenças religiosas são caracterizadas ao mesmo tempo por uma fé
compartilhada em um ou mais seres divinos e por um conjunto de orações, rituais,
cerimônias e regras praticadas para assegurar essa ligação[3]
com o sagrado. Assim, nada impede que alguém tenha fé (na humanidade, na
amizade, em um líder ou em Deus) e não seja uma pessoa religiosa, pois ou sua
fé não se ajusta à fé de um grupo religioso ou ela não se manifesta em práticas
rituais de uma religião. Consideramos aqui que os jovens e adolescentes têm, em
geral, bastante fé, embora muitos deles vejam com desconfiança o discurso
religioso. Que papel tem a religião para a formação e a vida de nossa
juventude? Podemos ensaiar algumas respostas nas linhas seguintes, que
dividiremos em tópicos: